O Cesvi (Centro de Experimentação e Segurança Viária) é uma entidade ligada a seguradoras que avalia aspectos relevantes na determinação dos valores de seguro de diversos modelos. Índice de reparabilidade, de segurança e de visibilidade são alguns dos mais conhecidos, mas o Cesvi também avalia quais são os carros menos sujeitos a furtos. No levantamento deste ano, quem levou a melhor foi o Chevrolet Cruze e o Nissan Sentra. A avaliação da vulnerabilidade é feita por meio da checagem de seis itens. Quanto mais deles um carro tiver, mais alta é sua nota, que vai de 0 a 5.
O sistema keyless é o que vale mais. Carros equipados com ele já saem com 1,5 pontos. O imobilizador vale 1 ponto, mas tem de ser o de terceira geração, que o Cesvi não esclarece exatamente o que seria. Os demais itens, que são coluna de direção com trava, bateria em posição de difícil acesso, alarme e vidros laminados, têm pontuação indefinida. Um deles tem de valer também meio ponto, para a conta fechar.
O Cesvi cobra a presença de todos, para gabaritar a prova, porque estes itens têm a propriedade de dificultar o furto fazendo o ladrão gastar mais tempo em seu “ofício”. Carros que exigem mais trabalho da bandidagem são, por definição, menos vulneráveis. A bateria em local de difícil acesso torna mais trabalhoso o processo de desativar alarmes e localizadores, por exemplo. Os vidros laminados demoram cerca de 35 segundos para serem quebrados e dar acesso ao interior do veículo — um vidro temperado comum estilhaça em quatro segundos.
O imobilizador codificado tira toda e qualquer vantagem em ter uma chave com os mesmíssimos dentes da correta. E também impede que o carro seja acionado por ligação direta. Essa é a mesma vantagem que o sistema de partida sem chave oferece. Alarme também atrapalha a vida do bandido que não o desativar logo de cara, e alguns modelos podem desligar a bomba de combustível ou impedir ignição e injeção de combustível. Por fim, se o ladrão desligar o alarme, fizer ligação direta e tentar sair dirigindo, ainda há a trava de direção, que impede o esterçamento do volante. Dá pra quebrar? Dá, mas leva tempo.
Carros mais baratos, curiosamente, foram dispensando a trava de volante à medida que incorporaram outros sistemas de proteção antifurto, como o imobilizador. Questão de custo, para economizar um bocadinho, mas algo de efeito negativo. Tanto na proteção do patrimônio de quem confia seu rico dinheiro a uma fabricante quanto na hora de fazer seguro.
O Cesvi analisou 44 modelos em 185 versões do mercado brasileiro. Os dois modelos mais bem colocados neste índice foram o Nissan Sentra, em todas as suas versões, e o Chevrolet Cruze apenas na LTZ, com 4,5 pontos cada um. O Cruze LT tem apenas 3 porque vem sem o sistema keyless. Vale lembrar que, no exterior, modelos com sistema keyless andam sofrendo ataques de hackers, que conseguem abri-los mais facilmente justamente por conta do sistema.
Na rabeira da lista estão JAC J5, Chery QQ (o antigo, 1.1) e Lifan 320, com apenas 0,5 ponto cada um. Eles só tinham alarme antifurto e nada mais. Com 1 ponto, os Toyota Etios X e XS, tanto hatch quanto sedã, Fiat Mille, Siena e Novo Uno e os Chevrolet Classic e Celta trazem apenas imobilizador.